"Bom sindicalista tem de reclamar" - afirma Dilma

A presidente Dilma Rousseff aproveitou a reunião com as centrais sindicais, na manhã desta sexta-feira, para quebrar o gelo com o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força. Dilma ficou irritada com a atuação do deputado na votação do salário mínimo. Ele foi o principal líder do movimento a favor de um valor maior do que os R$ 545 propostos pelo governo.

- Paulinho, Paulinho - brincou Dilma, antes da reunião.

Depois, a presidente deixou claro que a irritação havia passado e até tirou foto com rosto colado ao do deputado.

- O Paulinho é reclamador, mas isso faz parte. O bom sindicalista tem de reclamar. O Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) sempre me disse isso - afirmou.

Na semana passada, o líder do PDT na Câmara, Giovanni Queiroz (PA), nem foi convidado para a reunião dos líderes aliados com Dilma, no Palácio do Planalto.

A presidente abriu a reunião, nesta sexta-feira, fazendo uma avaliação do governo, das propostas e chegou a se emocionar em alguns momentos. Entre eles, quando falou do combate à miséria e dos cuidados com as mães - desde a implantação de creches ao programa de atendimento às gestantes. Dilma elogiou e citou Lula várias vezes.

- O presidente Lula fez um grande governo, mas há setores que precisamos avançar - disse a presidente, segundo relato de sindicalistas.

A presidente também reagiu a comentários dos sindicalistas de que o governo está se curvando ao mercado. Ela fez uma avaliação da situação cambial, mostrando as medidas adotadas pelo governo brasileiro. Também reconheceu que, neste momento, há um desequilíbrio na balança comercial brasileira e citou a relação com a China, afirmando que o Brasil exporta commodities e importa "muita bagulheira". Por isso, afirmou a presidente, é preciso agregar valor às commodities.

- Na época da campanha, falavam que eu era uma guerrilheira desenvolvimentista, agora dizem que eu sou uma monetarista - disse a presidente, segundo relato de sindicalistas.

Segundo os sindicalistas, Dilma estava descontraída e demonstrou que estava á vontade.