Vocês perceberam? Ontem foi 1º de abril, data do golpe militar de 1964. O Brasil ainda não passou a limpo sua história recente. Na mídia - silêncio absoluto. No Parlamento - sequer um gesto tímido. E nós, de uma geração que perdeu seus parentes e amigos nos porões da ditadura. Que abortamos nossos planos e sonhos para lutar contra o abominável e por liberdade e democracia, ainda aguardamos justiça. Anistia não é esquecimento. Meus ossos se negam a esquecer a dor que ainda sentem.
Na Argentina, Justiça já condenou mais de 400 torturadores
Após as sentenças, juízes garantem que o país é o único do mundo que viveu situação de terrorismo estatal e conseguiu julgar todos os culpados
Argentina – Já são 486 os ex-militares argentinos condenados após julgamentos em tribunais nacionais pela acusação da prática de torturas durante a última ditadura militar no país (1976-1983), uma das mais violentas da história portenha. Os dados, divulgados ontem, são de uma fonte do Ministério Público Federal, ao acrescentar que naquele período ditatorial mais de 30 mil pessoas foram mortas ou continuam desaparecidas, números comprovados por várias entidades de direitos humanos.
Ainda de acordo com aquela fonte, são 200 as condenações de ex-integrantes do Exército, Marinha, Aeronáutica, polícias, forças nacionais de segurança e civis envolvidos na repressão e 40 casos foram transitados em julgado, sem direito a recursos.
Após 35 anos do início da última ditadura (lembrados no último dia 24, data do golpe em março de 76), os juízos pelos crimes contra a humanidade na Argentina chegaram a um patamar único já que garantiram não haver paralelo na América Latina, no Leste Europeu ou na África de país que viveu situação de terrorismo estatal e depois conseguiu julgar e prender seus algozes com suas próprias leis e nos tribunais do Estado, sem a necessidade de tribunais especiais ou de exceção, como acontecem em outras partes do mundo.
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