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Os desafios da Revolução Cubana

Nenhum tema tem sido mais polêmico na segunda metade do século passado e início deste do que a Revolução Cubana. Nascida como um movimento antiditatorial numa ilha isolada do mundo, mas situada em zona considerada quintal traseiro pelos EUA, ao se transformar no primeiro país a romper com a cadeia capitalista no Ocidente, ela foi objeto de uma acirrada luta política, militar e ideológica que, com o término do regime soviético e do Leste Europeu, fez de Cuba um ponto de opiniões ainda mais acesas de parte a parte.

A imagem de Cuba está em crise no mundo atual, paralelamente ao isolamento econômico e político do regime cubano. Não deveria haver aí nenhum segredo, dado que as forças hegemônicas no mundo de hoje são exatamente o inverso do que Cuba busca com suas transformações, privilegiando as regulações pelo mercado, subordinando a elas as políticas sociais. Triunfa o reinado do mercado, através das forças monopolistas e financeiras, sobre os interesses das grandes maiorias. Nada mais distante do que Cuba construiu desde 59.

Evidentemente, é esse o aspecto que coloca em confronto Cuba e a grande maioria dos governos do mundo, e não seu regime político. Sabe-se que outros tantos governos se apóiam em regimes diferentes das democracias liberais, sem que isso seja empecilho para fluidas relações com os EUA, a Europa Ocidental e todas as suas instâncias de poder internacional.

A imagem de Cuba está em crise, antes de mais nada, por sua concepção de justiça social, que faz com que ela tenha sido a responsável, perante o mundo, pela demonstração de que um país não precisa ser rico para impor a igualdade social, a elevação da totalidade de sua população à condição de seres humanos, com educação, saúde, moradia, emprego, lazer, cultura - enfim a dignidade mínima que é negada a três quartas partes da humanidade em sociedades capitalistas como a brasileira.

A visão ética que preside essa concepção de sociedade também está "fora de moda" nos tempos que correm, dominados pelos critérios mercantis, que passaram a definir o que é bom, o que é moral, o que é belo, o que é correto, o que é possível, o que é verdadeiro, segundo o que dita o jogo de cartas marcadas do mercado.

Venha nos ajudar nesse debate!

Um abraço,

Julio Rocha

(clic no cartaz para aumentá-lo)

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