O diretor bajeense Zeca Brito anunciou a realização de um filme alusivo ao cinquentenário do Movimento da Legalidade. Conforme confirmou, a superprodução irá recriar a Porto Alegre dos anos 1960 e as gravações iniciam em 2012.Na semana passada, o cineasta oficializou o lançamento do projeto durante as atividades do Festival de Cinema de Gramado. O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) irá bancar a pré-produção do filme. Conforme Brito, antes do início das gravações, marcadas para 2012, o trabalho deve ser intensificado na captação de recursos.O diretor disse que boa parte do conteúdo produzido receberá intervenções digitais. Para Brito, é simbólica a homenagem a Leonel Brizola. “É um projeto grande e significativo para mim. Surgi em uma família brizolista, meu pai era professor em uma das escolas construídas pelo governador. São muitas as memórias afetivas sobre o movimento da legalidade”, explica.A proposta mistura realidade e ficção. Através da descrição da história de um triângulo amoroso, Brito irá mostrar a efervescência do período que quase culminou em uma guerra civil. Em primeira mão, o cineasta enviou a sinopse da produção ao Jornal MINUANO.
Sinopse******Em Porto Alegre, quatro irmãos, de ideologias diferentes vivem intensamente os dias de crise na República: o jovem anarquista Tonho, que trabalha como cinegrafista para um cinejornal, acompanha toda a movimentação de dentro e nos arredores do Palácio; o militar Luís Mário, integrante do III Exército vive o dilema de aderir ou não à causa; o adolescente Vitinho, que entrega jornais e organiza um dos comitês de resistência; e o trabalhista Luís Carlos, o professor cheio de ideais que está no interior do Estado em uma das muitas escolas construídas por Brizola, e que, motivado pela Rede da Legalidade, empenha uma jornada rumo à capital.
A narrativa do filme se inicia no ano de 2004, em uma fazenda no interior do Uruguai, quando a jornalista uruguaia Blanca vai ao encontro de Leonel Brizola, para investigar o passado de sua mãe e descobrir a identidade de seu verdadeiro pai. A mãe, Cecília, brasileira e também jornalista, foi ativista da Legalidade, e desapareceu anos depois perseguida pela ditadura brasileira. Esta entrevista de Blanca com Brizola conduz a trama e evoca uma história de amor que tem como pano de fundo o levante da Legalidade.
Cecília, que estava radicada no Uruguai, vem ao Rio Grande do Sul para investigar as estatizações feitas pelo governo do Estado, quando o levante se inicia. É dentro do Palácio Piratini, numa situação limite, de guerra iminente, que ela vive um romance com Tonho. Uma relação complicada, já que Cecília irá reencontrar um grande amor do passado: Luís Carlos, o irmão de Tonho, que regressa do interior.
Um triângulo amoroso, no qual dois irmãos desejam a mesma mulher, e só encontram a união em torno de uma causa cívica. Caminhos que se cruzam em prol de um ideal. Uma revolução através das ondas do rádio, em que a inteligência e a coragem de um líder reacendem a esperança de um povo. O poder da comunicação gerando uma verdadeira demonstração de força e civilidade. Gaúchos e brasileiros protagonizando um movimento de resistência e mobilização popular sem precedentes na história do país: a Legalidade.
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