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Em 1998, PT quase se fundiu ao PDT, diz Lula


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou, durante a inauguração, em Brasília, do Centro de Referência dos Trabalhadores, que recebeu o nome de Brizola, causos entre os dois. Lula e Brizola, morto em 2004, sempre tiveram uma relação conturbada. Chegaram a disputar duas eleições presidenciais, em 1989 e 1994, como adversários. Em 1998, Brizola foi vice de Lula.
O trabalhista deu a Lula, em 1989, o apelido de "sapo barbudo". Perdeu por 0,6% dos votos válidos a vaga no segundo turno para o petista. Mesmo assim, Brizola apoiou Lula contra Fernando Collor. Após o resultado, Brizola pegou Lula pela mão e, da janela de seu escritório, levantou o braço do hoje presidente, e disse: "Estamos juntos".
Lula contou ainda que foi convencido por Brizola, em 1998, a visitar o túmulo de Getúlio Vargas, em São Borja (RS). "Em determinado momento, o Brizola começou a conversar com o Getúlio, como se estivesse ali, ouvindo. E, de repente, o Brizola fala: "Ô Lula, quer conversar com o Getúlio?". "Não, Brizola, não quero conversar, não", respondeu Lula. "Mas aí ele me apresentou pro Getúlio".
Segundo o relato do presidente, um dos fatores que impediu a fusão entre PT e PDT foi um telefonema, em dezembro de 1998, do então presidente reeleito Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para a casa de Lula. Segundo o presidente, ele e Brizola estavam "em conversações" rumo a um entendimento. "Fernando Henrique ligou pra minha casa cinco vezes. Queria conversar comigo", disse Lula, que afirma ter resistido em um primeiro momento. "Pra quê fui conversar? O Brizola soltou os cachorros. Achou que tinha sido a maior traição do mundo".

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